quinta-feira, 22 de abril de 2010

Trecho de Biografia de Isaac Newton escrito por James Gleik.

“Isaac Newton viveu até os 84 anos, rico e sofrendo de gota. Morreu em Londres, no final do inverno de 1727; uma morte prolongada e excruciante devido a uma pedra no rim. Pela primeira vez a Inglaterra concedeu um funeral oficial a um indivíduo cuja conquista esteve confinada aos domínios da mente. O corpo foi velado na abadia de Westminster durante oito dias e enterrado na próprias nave.Sobre a sepultura esculpiu-se um monumento pomposo de mármore branco e cinza: a figura de Newton reclinada; o globo celeste marcado com a trajetória do cometa de 1680; e anjinhos brincando com um prisma e pesando o Sol e os planetas. Uma inscrição em latim aclamou o “vigor quase divino da mente” e os seus “princípios matemáticos peculiares” e declarou: “Que os mortais se rejubilem que tenha existido um prodígio tão grande da raça humana”.

O escritor francês que chamava a si próprio de Voltaire havia acabado de chegar a Londres. Ficou surpreso com o funeral majestoso e exultou com tudo que fosse newtoniano. “Um francês que chega a Londres acha tudo muito diferente”, ele teria dito. Voltaire gostava de comparar Newton com o herói filosófico de sua nação, René Descartes. “Para vocês, cartesianos, tudo é movido por um impulso que vocês mesmos não conseguem compreender; para o senhor Newton, tudo é consequência da gravidade, cuja causa é tão desconhecida quanto a do impulso”. Descartes era um sonhador; Newton, um sábio. Descartes experimentou a poesia e o amor; Newton, não.

O que Newton descobriu continua sendo a essência daquilo que nós sabemos, como se fosse por nossa própria intuição. Nós somos newtonianos, fervorosos de devotos, quando falamos sobre forças e massas, sobre ação e reação; quando dizemos que um time esportivo ou um candidato político tem seu momentum, quando notamos a inércia de uma tradição ou burocracia, e quando estendemos o braço e sentimos a força da gravidade puxando nosso braço em direção à Terra.

Naquela época a circulação de informações era precária, mas ele (Newton) conseguiu criar um método e uma linguagem que triunfaram ainda quando estava vivo e que adquiriram cada vez mais influência com o passar dos séculos. Ele abriu a porta que nos levou a um novo universo: localizado em espaço e tempo absolutos, ao mesmo tempo incomensurável e mensurável, aparelhado de ciências e máquinas, governado pelas lei da indústria e da natureza.” (Gleik, James. Issac Newton, 2004)

É um ótimo texto.

Recomendo a leitura desta Biografia. Muito bem escrita e numa linguagem bastante acessível.

James Gleik é escritor do jornal "The New York Times" e consegue, com sua habilidade de escritor, aproximar o leitor deste grande gênio da Filosofia Natural, Isaac Newton.

É isso aí, pessoal. Só comentar.

Beijos e Abraços.

Virgílio (VIVI)


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