sábado, 24 de abril de 2010

Juízes para a Democracia

"Peguei no Blog do Professor Marcus (http://blog-do-marquito.blogspot.com/) e estou divulgando"

Pessoal, participem. Digam não à anistia aos torturadores do regime militar. Não podemos deixar impunes esses criminosos que usaram a máquina do Estado para coagir, torturar e matar. Assinem!

http://www.ajd.org.br/anistia_port.php

Beijos e Abraços.
Virgílio.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Christian, o Leão

Vídeo muito interessante e bonito. Dispensa qualquer comentário.
Assistam e reflitam.
Beijos e Abraços.

Reflexões sobre o Futuro

Embora o texto tenha sido escrito em 1993, ou seja, já estamos vivendo este futuro ou parte dele, vale muito a pena ler.

“Ação à distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, triunfo das massas, Holocausto: através das metáforas e das realidades que marcaram esses cem últimos anos, aparece a verdadeira doença do progresso...

O século que chega ao fim é o que presenciou o Holocausto, Hiroshima, os regimes dos Grandes Irmãos e dos Pequenos Pais, os massacres do Camboja e assim por diante. Não é um balanço tranqüilizador. Mas o horror desses acontecimentos não reside apenas na quantidade, que, certamente, é assustadora.

Nosso século é o da aceleração tecnológica e científica, que se operou e continua a se operar em ritmos antes inconcebíveis. Foram necessários milhares de anos para passar do barco a remo à caravela ou da energia eólica ao motor de explosão; e em algumas décadas se passou do dirigível ao avião, da hélice ao turborreator e daí ao foguete interplanetário. Em algumas dezenas de anos, assistiu-se ao triunfo das teorias revolucionárias de Einstein e a seu questionamento. O custo dessa aceleração da descoberta é a hiperespecialização. Estamos em via de viver a tragédia dos saberes separados: quanto mais os separamos, tanto mais fácil submeter a ciência aos cálculos do poder. Esse fenômeno está intimamente ligado ao fato de ter sido neste século que os homens colocaram mais diretamente em questão a sobrevivência do planeta. Um excelente químico pode imaginar um excelente desodorante, mas não possui mais o saber que lhe permitiria dar-se conta de que seu produto irá provocar um buraco na camada de ozônio.

O equivalente tecnológico da separação dos saberes foi a linha de montagem. Nesta, cada um conhece apenas uma fase do trabalho. Privado da satisfação de ver o produto acabado, cada um é também liberado de qualquer responsabilidade. Poderia produzir venenos sem que o soubesse - e isso ocorre com freqüência. Mas a linha de montagem permite também fabricar aspirina em quantidade para o mundo todo. E rápido. Tudo se passa num ritmo acelerado, desconhecido dos séculos anteriores. Sem essa aceleração, o Muro de Berlim poderia ter durado milênios, como a Grande Muralha da China. É bom que tudo se tenha resolvido no espaço de trinta anos, mas pagamos o preço dessa rapidez. Poderíamos destruir o planeta num dia.

Nosso século foi o da comunicação instantânea, presenciou o triunfo da ação à distância. Hoje, aperta-se um botão e entra-se em comunicação com Pequim. Aperta-se um botão e um país inteiro explode. Aperta-se um botão e um foguete é lançado a Marte. A ação à distância salva numerosas vidas, mas irresponsabiliza o crime.

Ciência, tecnologia, comunicação, ação à distância, princípio da linha de montagem: tudo isso tornou possível o Holocausto. A perseguição racial e o genocídio não foram uma invenção de nosso século; herdamos do passado o hábito de brandir a ameaça de um complô judeu para desviar o descontentamento dos explorados. Mas o que torna tão terrível o genocídio nazista é que foi rápido, tecnologicamente eficaz e buscou o consenso servindo-se das comunicações de massa e do prestígio da ciência.

Foi fácil fazer passar por ciência uma teoria pseudocientífica porque, num regime de separação dos saberes, o químico que aplicava os gases asfixiantes não julgava necessário ter opiniões sobre a antropologia física. O Holocausto foi possível porque se podia aceitá-lo e justificá-lo sem ver seus resultados. Além de um número, afinal restrito, de pessoas responsáveis e de executantes diretos (sádicos e loucos), milhões de outros puderam colaborar à distância, realizando cada qual um gesto que nada tinha de aterrador.

Assim, este século soube fazer do melhor de si o pior de si. Tudo o que aconteceu de terrível a seguir não foi se não repetição, sem grande inovação.

O século do triunfo tecnológico foi também o da descoberta da fragilidade. Um moinho de vento podia ser reparado, mas o sistema do computador não tem defesa diante da má intenção de um garoto precoce. O século está estressado porque não sabe de quem se deve defender, nem como: somos demasiado poderosos para poder evitar nossos inimigos. Encontramos o meio de eliminar a sujeira, mas não o de eliminar os resíduos. Porque a sujeira nascia da indigência, que podia ser reduzida, ao passo que os resíduos (inclusive os radioativos) nascem do bem-estar que ninguém quer mais perder. Eis porque nosso século foi o da angústia e da utopia de curá-la.

Espaço, tempo, informação, crime, castigo, arrependimento, absolvição, indignação, esquecimento, descoberta, crítica, nascimento, vida mais longa, morte... tudo em altíssima velocidade. A um ritmo de STRESS. Nosso século é o do enfarte.”

(Adaptado de Umberto Eco, Rápida Utopia. VEJA, 25 anos, Reflexões para o futuro. São Paulo, 1993).

Espero comentários.

Abraços.

Trecho de Biografia de Isaac Newton escrito por James Gleik.

“Isaac Newton viveu até os 84 anos, rico e sofrendo de gota. Morreu em Londres, no final do inverno de 1727; uma morte prolongada e excruciante devido a uma pedra no rim. Pela primeira vez a Inglaterra concedeu um funeral oficial a um indivíduo cuja conquista esteve confinada aos domínios da mente. O corpo foi velado na abadia de Westminster durante oito dias e enterrado na próprias nave.Sobre a sepultura esculpiu-se um monumento pomposo de mármore branco e cinza: a figura de Newton reclinada; o globo celeste marcado com a trajetória do cometa de 1680; e anjinhos brincando com um prisma e pesando o Sol e os planetas. Uma inscrição em latim aclamou o “vigor quase divino da mente” e os seus “princípios matemáticos peculiares” e declarou: “Que os mortais se rejubilem que tenha existido um prodígio tão grande da raça humana”.

O escritor francês que chamava a si próprio de Voltaire havia acabado de chegar a Londres. Ficou surpreso com o funeral majestoso e exultou com tudo que fosse newtoniano. “Um francês que chega a Londres acha tudo muito diferente”, ele teria dito. Voltaire gostava de comparar Newton com o herói filosófico de sua nação, René Descartes. “Para vocês, cartesianos, tudo é movido por um impulso que vocês mesmos não conseguem compreender; para o senhor Newton, tudo é consequência da gravidade, cuja causa é tão desconhecida quanto a do impulso”. Descartes era um sonhador; Newton, um sábio. Descartes experimentou a poesia e o amor; Newton, não.

O que Newton descobriu continua sendo a essência daquilo que nós sabemos, como se fosse por nossa própria intuição. Nós somos newtonianos, fervorosos de devotos, quando falamos sobre forças e massas, sobre ação e reação; quando dizemos que um time esportivo ou um candidato político tem seu momentum, quando notamos a inércia de uma tradição ou burocracia, e quando estendemos o braço e sentimos a força da gravidade puxando nosso braço em direção à Terra.

Naquela época a circulação de informações era precária, mas ele (Newton) conseguiu criar um método e uma linguagem que triunfaram ainda quando estava vivo e que adquiriram cada vez mais influência com o passar dos séculos. Ele abriu a porta que nos levou a um novo universo: localizado em espaço e tempo absolutos, ao mesmo tempo incomensurável e mensurável, aparelhado de ciências e máquinas, governado pelas lei da indústria e da natureza.” (Gleik, James. Issac Newton, 2004)

É um ótimo texto.

Recomendo a leitura desta Biografia. Muito bem escrita e numa linguagem bastante acessível.

James Gleik é escritor do jornal "The New York Times" e consegue, com sua habilidade de escritor, aproximar o leitor deste grande gênio da Filosofia Natural, Isaac Newton.

É isso aí, pessoal. Só comentar.

Beijos e Abraços.

Virgílio (VIVI)


Série LOST - Teoria sobre John Locke

Desde a terceira temporada da série, acredito ser John Locke a personagem que representa o público, ou seja, ele é a personificação daqueles que assistem a série, ou seja, dos telespectadores.
Na minha opinião, Locke é a maneira que o diretor encontrou de brincar com nossos sentimentos. Logo depois de ter pensado sobre isso, resolvi prestar mais atenção nos novos episódios e assistir alguns episódios antigos. Eis que minha opinião ficou ainda mais consolidada.
Vamos a alguns exemplos de sua personalidade.
- Ao cair na ilha, ele é o único que quer continuar nela, acreditando haver algo especial.
- Mesmo com todos os outros sentindo medo, ele resolve explorar a ilha, descobrir o que ela tem de diferente.
- De tanto acreditar que a ilha é especial, ele passa a se sentir especial também e começa a almejar ser o líder ali.
- Mesmo diante de várias situações que fariam qualquer um se afastar de determinada pessoa (Linus, por exemplo), Locke resolve confiar e conhecer.
- Quando, enfim, há a chance de saírem da ilha, ele tenta e consegue, de certa forma, boicotar a viagem. Afinal, ainda não tínhamos descoberto o que existe na ilha.
- Após a partida de algumas pessoas, é dele a função de trazê-los de volta.
- Já na última temporada, a “fumaça” conta a Linus o último pensamento de Locke. E o pensamento foi: “ Não consigo entender”. E, cá entre nós, foi o nosso pensamento também quando o Linus resolve assassinar Locke.
- Neste último episódio a “ fumaça” novamente fala sobre Locke, dizendo ser ele um idiota que tem fé.

Tenho que admitir que não gostei muito deste último comentário, mas também representa o que sentíamos naquele momento. Locke não voltou ainda e ainda estamos perdidos diante de tantas informações.
Talvez esse atropelamento do Locke no último episódio o devolva a capacidade de andar. Se isso ocorrer, acho que minha teoria será ainda mais reforçada, já que, assim como Desmond, Charlie, Faraday e Hurley, a tendência é que ele queira encontrar "a verdade".
Bom, se estou certo em relação a isso, Locke deve voltar nos episódios finais, senão no último episódio, fechando a teoria sobre a ilha, construída na cabeça do diretor e que, enfim, nos fará algum sentido.
Apenas fechando este texto, em resumo acredito ser Locke o personagem que representa os sentimentos e desejos de todos os que acompanham a série. É a maneira que o diretor encontrou para nos mostrar que está no controle de nossas mentes. Sinceramente, acho bárbara a maneira como ele conduz o comportamento deste personagem.
Bom, é isso moçada.
Comentem...
Grande Abraço e...
Rumo ao final da melhor série de suspense já escrita.
Virgílio (VIVI)